Editorial
Campanha digital

A votação do novo Código Eleitoral, marcada para 9 de julho, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, traz à tona um dos temas mais urgentes da democracia contemporânea: a regulamentação do uso dos meios digitais e da inteligência artificial nas campanhas. Em um cenário em que a internet se tornou o principal campo de batalha político, a proposta busca criar regras claras para coibir abusos e preservar a integridade do processo eleitoral.
Entre as medidas previstas estão o controle sobre o uso de influenciadores, perfis falsos, robôs e impulsionamento de conteúdo nas redes sociais — ferramentas cada vez mais usadas para manipular a opinião pública. Também há preocupação com a compra de palavras-chave em mecanismos de busca, estratégia que pode distorcer a busca por informação confiável.
A proposta ainda fortalece o papel da Justiça Eleitoral, autorizando a remoção de publicações e até a suspensão de contas de candidatos que reincidam na divulgação de conteúdos ilegais.
No entanto, o desafio será garantir que essas regras não se tornem instrumentos de censura, mas sim de proteção da democracia. Em tempos de algoritmos e deep fakes, equilibrar liberdade de expressão e combate à manipulação digital será o verdadeiro teste das instituições.