Sindi resistente ao calor recebe selo de Pureza de Origem no Semiárido

Um dos rebanhos mais adaptados às condições extremas do Semiárido brasileiro acaba de receber reconhecimento oficial por sua pureza genética. Após quase dois anos de trabalho, a Embrapa Semiárido (PE) obteve o registro de Pureza de Origem (PO) para seu rebanho da raça Sindi, concedido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

A certificação é a etapa final de reconhecimento da qualidade genética dos 91 animais da unidade, entre machos e fêmeas. O selo abre caminho para sua utilização em programas de conservação e melhoramento genético, além de permitir à Embrapa ampliar a oferta de material genético certificado, como sêmen, embriões e exemplares vivos, para pecuaristas que buscam animais mais adaptados ao clima quente e seco do Semiárido.

“O rebanho da Embrapa Semiárido é hoje um dos mais puros do Brasil. Com o registro, poderemos socializar esse material genético por meio da venda de sêmen, embriões e animais vivos, todos com documentação e certificação genética”, destacou o pesquisador Rafael Dantas, responsável pelo Núcleo de Conservação da Raça Sindi da Embrapa.

O processo de registro seguiu rigorosamente todos os trâmites exigidos pela ABCZ. Diante da complexidade da escrituração inicial do rebanho, foi firmado um termo de cooperação técnica entre a Embrapa e a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), que atuou como articuladora junto à ABCZ.

Para que um animal da raça Sindi seja oficialmente reconhecido como Puro de Origem (PO), é necessário cumprir uma série de exigências técnicas e documentais.

De origem paquistanesa, o gado Sindi é reconhecido mundialmente por sua rusticidade, resistência ao calor e pela capacidade de produzir carne e leite mesmo em condições adversas. De pequeno porte e baixa exigência nutricional, a raça é considerada ideal para sistemas produtivos em regiões com escassez de alimento e água, como o Semiárido brasileiro.